COMO AS CRIANÇAS VÊEM A CIDADE – 30 ANOS

(2013-2014)

Em 1983 e 1984, um grupo de pesquisadores vinculados ao Centro de Pesquisas Urbanas do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), coordenado pelo Professor Arno Vogel, desenvolveu uma pesquisa encomendada pela Prefeitura Municipal da cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de coletar e analisar as visões de crianças e adolescentes de diferentes escolas da rede municipal sobre a cidade em que viviam. Esta pesquisa se deu em um momento particularmente relevante na história recente de nosso país, quando, após quase duas décadas, ocorreram as primeiras eleições diretas para os governos estaduais, dentro de um quadro de redemocratização, iniciado com decretação da lei de Anistia, em 1979. Os textos e desenhos elaborados pelos alunos das escolas selecionadas permitiram que os pesquisadores ? uma equipe multidisciplinar coordenada por um antropólogo e composta por dois arquitetos e uma pedagoga – compusessem um painel de visões que traduziam registros, críticas e expectativas de crianças e adolescentes de diferentes bairros cariocas. De temas mais simples como a casa em que moramos a outros mais complexos como a violência urbana, os olhares destes alunos expressam a diversidade social que compõem a cidade do Rio de Janeiro, permitindo ?iniciar um trabalho sistemático de conscientização dos problemas urbanos e estimular o aprendizado de como enfrentá-los, através da participação comunitária?. Esta pesquisa foi publicada em 1995 pela Editora Pallas, com a parceria Flacso/ UNICEF e constitui uma relevante contribuição para estudos urbanos realizados por arquitetos, sociólogos e antropólogos, sendo ainda, utilizada como referência bibliográfica em cursos de Arquitetura e Urbanismo, Antropologia, Sociologia e Pedagogia. O trabalho foi, ainda, contemplado na XXVII Premiação Anual do Instituto de Arquitetos do Brasil, com Menção Honrosa na Categoria “Pesquisa, Ensaio e Crítica”, pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Seção Rio de Janeiro, em 1992. Em 2014 ? trinta anos após a realização da pesquisa ?Como as crianças vêem a cidade? ? a cidade do Rio de Janeiro vive outro expressivo momento, com as expectativas que envolvem a realização de grandes eventos, a Copa do Mundo, em 2014, as comemorações dos 450 anos da cidade, em 2015 e, culminando, as Olimpíadas de 2016. Todos os eventos geraram e ainda gerarão significativos impactos, não apenas na estrutura espacial da cidade, mas, também, em dimensões simbólicas de sua representação no cenário internacional. Se, em 1983, as crianças e adolescentes foram incentivados pela pesquisa a refletir sobre o que a cidade tinha de bom e de ruim, como enfrentar problemas urbanos diversos, como encontrar soluções adequadas, compartilhar idéias e projetos para o futuro ? estimulados que estavam pela efervescência do cenário político de redemocratização?, em 2014, a realização dos grandes eventos, citados anteriormente, desperta anseios e expectativas, sobre diferentes questões urbanas, que foram registradas de diferentes formas (textos e desenhos) na pesquisa que propusemos. Esta pesquisa possibilitou, também, uma instigante comparação com as análises elaboradas sobre os mesmos temas, a partir dos trabalhos desenvolvidos por crianças e adolescentes no intervalo de trinta anos, buscando reconhecer o que permaneceu e o que se transformou no olhar dos jovens cariocas nesse período. Mais do que nunca, portanto, ?é imprescindível que se saiba Como as Crianças Vêem a Cidade?, nos ensina o Professor Marco Antônio Silva Mello. METODOLOGIA ?Como as Crianças vêem a Cidade? pretende analisar as interpretações de diferentes aspectos da cidade do Rio de Janeiro, a partir das manifestações de alunos. A pesquisa foi aplicada em vinte e seis turmas, de quatro escolas da rede Santa Mônica e Veiga de Almeida, localizadas nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Cachambi, e Bonsucesso..

Integrantes: 
Geronimo Emilio Almeida Leitao – Coordenador
Helena Porto – Integrante
Patrícia Torres – Integrante
Evelyn Garcia – Integrante

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